A época dos gibis
Naquele tempo era assim…
Aprendi a ler muito cedo, antes de entrar para a escola. Se por um lado contei com a dedicação e apoio da minha tia Luquinha, que me ensinou as primeiras letras, não posso negar que uma motivação extra aproximou-me tão rapidamente do alfabeto: a grande curiosidade em entender os diálogos dos meus heróis preferidos, nas revistas em quadrinhos.
Assim como eu, muitos que viveram a infância nos anos sessenta devem se lembrar com saudade dos gibis, como eram conhecidos popularmente essas publicações e que tiveram seu auge naqueles anos.
Naquela época, assistir a um bom filme, desenho ou seriado na televisão era um dos divertimentos mais cobiçados. Entretanto, como isso era acessível apenas para as famílias mais ricas, que podiam ter o aparelho de TV em casa, colecionar gibis tornou-se um barato da criançada.
Periodicamente chegavam às bancas uma grande variedade deles, contando as emocionantes aventuras dos mais diferentes heróis.
Além de estimular o saudável hábito da leitura, hoje não muito comum na era dos games eletrônicos, as revistas em quadrinhos desenvolviam também o espírito de amizade, solidariedade e companheirismo, pois a revista, após lida, geralmente era trocada por outra com algum colega, seja na esquina da rua ou nos intervalos das matinês dominicais.
Esse texto é uma saudosa homenagem ao Roy Rogers, Mandrake, Flecha Ligeira, Batmam, Búfalo Bill, Capitão Marvel, Nick Holmes, Durango Kid, Tarzan, Zorro, Fantasma e tantos outros heróis inesquecíveis que tanto contribuíram para a alegria e divertimento de uma geração.
Victor Kingma